terça-feira, 11 de agosto de 2009

História de Maria Abadia Silva


PEDAGOGIA DA INTERAÇÃO SISTÊMICA

A Educação é um tema da minha vida. Pulsa, comove, palpita, e quanto mais o tempo passa, cresce mais.
Um batimento estranho no coração ao ouvir e sentir esse nome, Pedagogia da Interação Sistêmica, uma forma de unir e integrar os sistemas, escola/família/sociedade, tudo em harmonia, a sua própria harmonia.
Ao conhecer as Ordens do Amor e sua significação e entrar por esse espaço amplo, aberto, inclusivo, receptivo, e à sua abertura para a vida, como a respiração, como o oxigênio, o pulsar, fui me entregando ao seu encantamento e desconhecido.
Esse percurso do tecer interno que tem início muito antes no tempo.
Desde jovem adolescente, eu sonhava uma escola ideal, esse lugar melhor da vida, onde aprendemos, onde o mundo e as pessoas, os encontros acontecem e onde o futuro é gerado, criado e recriado.
A escola sempre foi minha melhor referência, como minha casa, meu lugar interno, minha família e o caminho a seguir.
Após muitos anos trabalhando com a deputada federal Raquel Teixeira, cujo lema é “uma vida pela educação”, ter desenhado e implantado com ela, o Bolsa Escola no Estado de Goiás, um programa que abre a escola à família e à comunidade.
Após outros tantos anos freqüentando a formação holística com Pierre Weil, aprendendo ampliar o olhar para o mundo dos interiores e os mundos que criamos até onde a consciência alcança, após um percurso de luto, após uma dolorosa reconstrução, e já podendo enxergar o que mais fosse possível, sem nada saber, é que fui me encontrar com a Pedagogia sistêmica.
Dagmar, voltando do Congresso de Pedagogia Sistêmica em Sevilha, me procurou com uma revista, Cuadernos de Pedagogia, pra eu conhecer a grande nova, mas naquele momento, eu implantava a Unipaz em Goiânia, e estava tomada de afazeres e ela, médica, com dois filhos crianças, implantando o Instituto Brasileiro de Soluções Sistêmicas! Ficou no desejo.
Contudo, nosso encontro estava marcado. Tínhamos uma amiga comum, a Marisa, consultora, mulher do seu tempo, íntegra, inteira, bonita e sábia que, mesmo com um câncer no cérebro, insistia em realizar esse nosso encontro.
Pensamento sistêmico, complexidade, transdisciplinaridade, vida e morte, vida de novo, integrando, fazendo a síntese.
Marisa se foi e nos deixou juntas e entregues a uma descoberta, que nem sabíamos, nem imaginávamos. Um risco? Uma experiência? Apenas acatamos, em silêncio, seu pedido.
Reverenciamos nossa querida amiga, nosso amor por ela, nossa gratidão pelo encontro e iniciamos nossa caminhada juntas.
Quase um ano depois, vamos realizar juntas nosso primeiro seminário e celebrar o lançamento da nossa Formação em Pedagogia da Interação Sistêmica para educadores, pais, pessoas que querem se encontrar e viver este sonho.
A proposta é construir aquele edificio amoroso da escola e abrir, mais ainda suas portas e seu coração.
Maturana enche nosso coração e nossa vida com tanta poesia, e nos mostra o mundo natural que esquecemos, e nos resgata de volta para o sonho da construção, da rede, da relação, da confiança e do amor do ser humano pelo ser humano, pela humanidade, pela vida e pelo mundo.
Quando um trabalho é tão significativo e importante como esse, quando realizá-lo, prepará-lo nos ocupa a vida e a alma dia e noite, quando, através dele nos encontramos com outras pessoas, importantes como Bert Hellinger, como Maturana, como Morin, como a professora Maria Cândida de Moraes e como a Dagmar e a Fátima e como o Maurice, a vida ganha um sentido mais que especial.
Eu sei que nesta escola vou me encontrar com o Erich, meu neto, e com outros netos, e com os outros filhos que não terei, mas que serão os filhos de minha espécie, os filhos que deixaremos.
A vida ganha um sentido de estar vivo, de verdadeiro, porque é um sonho, um ideal, uma promessa, um trabalho que vai se encontrando com os sonhos de muitos outros e se tornando mais real a cada dia, a cada momento.
A vida ganha um sentido que se amplia em múltiplas rodas com todo tipo de pessoas, crianças, jovens e adultos e idosos, dialogando e unindo os vários mundos em expansão, em abraços e sorrisos, como diz a querida Dagmar, um mundo feliz.

Maria Abadia Silva/2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário